História de Angola

Desde a Ocupação Portuguesa até hoje
O continente africano é considerado como o berço da humanidade.
O território do actual estado de Angola, é habitado desde o Paleolítico Superior, como indica a presença dos numerosos vestígios desses povos recolectores dos quais se deve salientar a existência de numerosas pinturas rupestres que se espalham ao longo do território. Os seus descendentes, os povos Sam ou Khm, também conhecidos pela palavra ''bantu mukankala'' (escravo) foram empurrados pelos invasores posteriores, os bantu, para as areias do deserto do Namibe.
Estes povos invasores, caçadores, provinham do norte, provavelmente da região onde hoje estão a Nigéria e Camarões. Em vagas sucessivas, os povos ''bantu'' começaram a alcançar alguma estabilização e a dominar novas técnicas como a metalurgia, a cerâmica e a agricultura, criando-se a partir de então as primeiras comunidades agrícolas.
Esse processo de fixação vai até aos nossos dias, como é o caso do povo ''tchokwé'' ou ''quioco'', que em pleno [século XX] se espalhou pelas terras do povo ''Ganguela''.
A fase de estruturação dos grupos étnicos e a consequente formação de reinos, que teriam começado a ficar autónomos, decorreu sobretudo até ao século XIII.
Por volta de 1400, surgiu o Reino do Congo. Mais tarde destacou-se deste, no sul, o Reino do Ndongo.
O mais poderoso foi o Reino do Congo, assim chamado por causa do povo Congo que vivia, então como agora, nas duas margens do curso final do [Rio Congo]. O ''Mani Congo'', ou rei congo, tinha autoridade sobre a maior parte do norte da moderna Angola, governando através de chefes menores responsáveis pelas províncias.
O Reino do Ndong o era habitado pela etnia ''Kimbundu'', e o seu rei tinha o título de ''Ngola''. Daí a origem do nome do país. Outros reinos menores também se formaram nesse período. tipo o reino da Kimbingonga em 1236.
Os reinos surgem da efectivação de um poder centralizado num chefe de linhagem (''Mani'', palavra de origem bantu) que ganhou o respeito da comunidade com seu prestígio e poder económico. Os reinos começam a conquistar autonomia provavelmente a partir do século XII.
João II de Portugal|Dom João II, desde que subira ao trono, mostrara ardente e decido empenho em levar a cabo dois grandiosos projectos, cuja realização, glorificando o seu reinado, alongaria extraordinariamente os domínios portugueses além-mar: A continuação das descobertas inauguradas sob os auspícios do [Infante Dom Henrique] e o prosseguimento das conquistas empreendidas por Afonso V de Portugal|Dom Afonso V.
Em 1482, um ano depois de assumir o governo, João II de Portugal|Dom João II mandou Diogo Cão, seu escudeiro, prosseguir a descoberta para o Sul da África. Neste propósito, Diogo Cão partiu de Lisboa com duas caravelas, no final de 1482, acompanhado do notável cosmógrafo Martim Beheim [?], autor do afamado globo de Nuremberg. Diogo Cão descobriu a foz do Zaire
A presença dos portugueses tornou-se uma constante desde o final do século XV (1482). Diogo Cão, comandante das caravelas foi bem acolhido pelo governador local do reino do Congo que estabeleceu relações comerciais regulares com os colonizadores. Mas o reino de Ngola manteve-se hostil. Entre 605 e 1641 ocorreram grandes campanhas militares dos colonizadores com o objectivo de conquistar as terras do interior e implantar o domínio político do território.
A dominação não foi tarefa fácil. Os chefes Ngola resistiram e, graças sobretudo à liderança da rainha Dona Ana de Sousa|Njinga Mbandi (1581? -1663), que tinha grande habilidade política, o poder foi mantido com o reino dos Ngola por mais algumas décadas.
Também os reinos de Matamba e Kassange mantiveram a sua independência até o século XIX.
Em 1617, Manuel Cerveira Pereira deslocou-se ao litoral sul, subjulgou os sobas (reis) dos povos Mudombe e Hanha e fundou o reino de Benguela, onde, tal como em Luanda, passou a funcionar uma pequena administração colonial. O tráfico de escravos passou a ser o grande negócio, interessando aos Portugal|portugueses e africanos, mas provocou um esvaziamento da mão-de-obra do campo. A agricultura decaiu, causando grande instabilidade social e política. A estratégia adoptada pela metrópole para a economia Angola na baseava-se na exportação de matérias-primas produzidas na colónia, incluindo borracha e marfim, além dos impostos cobrados à população nativa. As disputas territoriais pelas terras africanas envolviam países económica e militarmente mais fortes como a França, Inglaterra e Alemanha, o que constituía motivo de grande preocupação para Portugal que começou então a ver a urgência de um domínio mais eficaz do terreno conquistado. Por isso, reformou a sua política colonial no sentido de uma ocupação efectiva dos territórios. A partilha do continente viria a acontecer algum tempo mais tarde, na conferência de [Berlim]. Os territórios sob domínio português, Angola e Benguela, foram fundidos, recebendo estatuto de Província.
A partir da década de 1950 apareceram os primeiros movimentos nacionalistas que reivindicavam a independência de Angola. Houve conflitos armados nos quais se destacaram o ''MPLA'' (Movimento Popular de Libertação de Angola) fundado em 1956, a ''FNLA'' (Frente Nacional de Libertação de Angola) fundada em 1961 e a ''UNITA'' (União Nacional para a Independência Total de Angola), fundada em 1966. Depois de longos confrontos, o país alcançou a independência em 11 de Novembro de 1975.