No total, há sete grandes grupos étnicos nas 18 províncias de Angola, com hábitos, costumes e tradições diferentes: bakongo, ambundu, ovimbundu, cokwe, ovingangela, ociwambo e khoisan. Cada grupo cria peças de artesanato que têm fortes significados para sua cultura.
Bakongo – As peças artesanais dos bakongo estão vinculadas às suas crenças e à magia. A cabaça decorativa, por exemplo, mostra a vida cheia de amor, amizade, carinho, alegria e beleza. O cesto é uma peça de arte que serve para o transporte de produtos agrícolas, de grande ajuda para as mulheres, porque são elas que carregam grandes pesos, levando nos cestos a mandioca, a lenha, a água, a enxada etc., caminhando grandes distâncias.
Ambundu – Fazem parte deste grupo étnico os habitantes da região de Luanda. São religiosos, gostam de organizar festas populares, como o carnaval. Eles fazem um assento de madeira com grande perfeição, destinado ao soba, pessoa mais importante da comunidade. Fazem também um cesto de curandeiro, pertencente ao kimbanda, que é a pessoa com autoridade para curar. Quando um kimbanda morre, a kinda (o cesto) passa ao seu sucessor.
Ovimbundu – Os ovimbundu dedicam-se mais à agricultura e à pecuária e destacam-se nas danças e na música. A actividade económica principal desta comunidade é o fabrico de vários objectos religiosos, domésticos, de magia, decorativos, tudo de barro. A panela de barro tem uma decoração muito simples e que serve para cozinhar ou para guardar alimentos. Neste grupo étnico as mulheres também ajudam a fabricar estes utensílios de barro.
Cokwe – Neste grupo o papel da mulher é ser mãe. Uma mulher que não tem filhos é mal vista. Também acredita-se muito em magia. O cesto de adivinhação faz parte do mundo da magia, do mundo da feitiçaria. Os objectos que estão dentro do cesto são fabricados por eles ou então são animais já mortos e bem secos. Os poderes de adivinhação servem para adivinhar quem são os causadores de doenças, de morte etc. As máscaras pintadas de preto e vermelho e enfeitadas com fios de ráfia são sempre feitas só por homens e só os homens as usam. Eles podem estar mascarados de mulher, de homem ou de animal, mas são sempre homens, e tentam não ser reconhecidos, e para isso disfarçam até a voz. Estas cerimonias são sociais, políticas e de mistérios. Há mascarados que transmitem alegria, vão animar as festas. O Trono representa o poder. É o assento do chefe tradicional. Só se senta nele o homem que tem todo o poder na terra e qualidades quase divinas.
Ovingangela – Este grupo étnico tem uma actividade económica muito ligada à caça, à pecuária e à agricultura. São produtores de cerâmica negra e polida e são muito bons em fundir ferro. A máscara representa a beleza da mulher ngangela e é usada pelo homem em cerimónias. A caixa de rapé é um produto muito utilizado pelos ovingangela, tanto homens como mulheres. Só a classe social mais elevada usa o rapé.
Ociwambo – A região dos ociwambo, província de Huíla, apresenta lindas paisagens naturais, como a Serra da Chela, região mais montanhosa de Angola. Este grupo dedica-se à criação de gado bovino e é muito habilidoso em seu artesanato. A elaboração da boneca mumuila é um dos seus costumes particulares. Os cabelos da boneca são penteados com muito cuidado e são iguais aos das mulheres daquela região. A cabaça é uma peça indispensável aos pastores. Como o leite é o seu alimento básico, eles usam a cabaça para fazer iogurte. Quanto mais tempo o leite estiver na cabaça, mais espesso e ácido fica o omahini (iogurte), feito pela mulher.